domingo, dezembro 26, 2004

um poema de amor

não fui eu que morri ao deixar...
disse-te
amo-te, amo-te
para sempre

morri-te nas palavras apagadas pelo chão de inverno...
amo-te, amo-te
disse-te
para sempre

nos silêncios quentes e neutros, morreste-me nas mãos...
para sempre
disse-te
amo-te, amo-te

disse-te
amo-te, amo-te
para sempre
não foste tu que morreste quando deixei...


ruiluis (baseado na canção dos r.e.m. "leaving new york")

domingo, dezembro 19, 2004

teu nome

no tempo em que o amor fazia que eu fosse
uma leve aragem a anunciar tempestades sem dramas
eram os meus lábios que procuravam
todos os sabores imaginaveis da tua essência

hoje, escuto-te de repente
em vozes que me atingem sem alvo
hoje, vejo-te na espontaneidade de vultos adormecidos
que me aparecem nas manhãs das noites

depois, abranda o pensamento
paralisa a garganta
quando tento
chamar teu nome...

ruiluis

sábado, dezembro 11, 2004

escuto

recordo sem querer
por um simples momento,
um leve segundo ao acordar
um olhar, um cheiro, um leve sopro...

que quente distância é esta
aonde o tempo passou,
com as imagens dos sorrisos
em janelas abertas das vozes do silêncio ...

escuto...

(mas não sei para que servem
estas recordações que me invadem
não espero nesta fria estação de comboios
uma carruagem qualquer que me leve ao passado...

e o frio que de de repente me faz gelar
minhas mãos núas sem-abrigo de inverno?
encontro-me assim no meio da minha metade
e sei que sigo e vou com o destino marcado...)

ruiluis