quarta-feira, julho 06, 2005

poema sobre a ausência

(pintura de antónio cara d´anjo "adraga")


agora, como sei que tu partiste
és ausência em tempestade na alma
e faltas-me como um sol perturbante

a penetrar pela janela, em manhãs desfeitas


vivo-te em silêncios

e sou uma esperança persistente do nosso passado

vivo-te em segredo

entre os ponteiros do relógio do teu regresso


mas enquanto não vens

enquanto não estás

és limão na amargura da distância

e imagino-me só no teu quarto

aonde me deito na tua cama

do lado que me pertenceu



alexander ibis

sexta-feira, julho 01, 2005

hoje, é assim !!!




















(pintura de ines gato "s/t")

hoje, e não me leves a mal
mas hoje, quero-te desconhecida
quero-te estranha e ignorada
qualquer insignificado sem sentido

hoje, não suporto uma palavra tua
uma aragem tua a passar por mim
quero-te descolorida e sem corpo
sem tempo, sem espaço perturbante

hoje é assim, sem mais nada
como o nada, em que te quero
e apago-te numa borracha de lápis
e rasgo-te em papel de tinta permanente

hoje, não mereces, nada mais de mim
não me lembro do amor e da paixão
hoje, nunca te vi, nunca te quis, nunca existimos
nem beijos, nem flores, nem nada, nem nada...

hoje é assim !!!

ruiluis