segunda-feira, outubro 10, 2005

um pouco de outono

(pintura de emil nolde "kerzentänzerinnen")

talvez já não me desconcertarei por esperas inúteis
(...e não existe mais o cais aonde teu barco se perdeu...)
pois, o mar é enorme e extenso no horizonte da espera

por vezes desapercebo-me em torno de um bar nocturno
(...ou se afundou a tua imagem nas profundezas do adeus...)
e a luz que rodeia a bebida é baça e débil de nós

somos hoje desconhecidos em memórias de uma casa esquecida
(...mas resta o perfume aceso da essência de um outono perdido...)
somos erva ardida nos campos de milho já seco, do tempo...

ruiluis