quarta-feira, setembro 11, 2024

Flor do Alecrim

Que venha agora o vento
Soprando a tristeza para além
Que a misture com as folhas
Com as chuvas de outono também

Que o alecrim traga muita flor
Pela segunda vez neste ano
Traz o teu cheiro, traz o teu nome
Toda a beleza do ser humano

Que volte o sorriso com o frio
Na hora certa de regressares
A porta aberta só se fecha
Pela noite, quando chegares

Que caia a primeira neve
Os nossos beijos a façam derreter
À minha beira, aqui estás
Não te faças mais perder

domingo, setembro 01, 2024

Fado-Negro, Fado-Luto

 

 

 

(foto "superlua" de Rui Luís)


Veste o negro da vida,
pinta as unhas também,
quem perde tem saudade
da pessoa que já não vem.

Negra a noite de solidão,
vaso com flor ao luar,
lado vazio na cama,
silêncio fugaz teima em ficar.

Fado-negro que consola,
alma sofrida não baila,
anda à beira-mar a passo
com a areia que espalha.

Fado-luto, nunca mente,
sina crua que se cumpriu,
canta-se agora na capela
o amor que partiu.