sábado, dezembro 11, 2004

escuto

recordo sem querer
por um simples momento,
um leve segundo ao acordar
um olhar, um cheiro, um leve sopro...

que quente distância é esta
aonde o tempo passou,
com as imagens dos sorrisos
em janelas abertas das vozes do silêncio ...

escuto...

(mas não sei para que servem
estas recordações que me invadem
não espero nesta fria estação de comboios
uma carruagem qualquer que me leve ao passado...

e o frio que de de repente me faz gelar
minhas mãos núas sem-abrigo de inverno?
encontro-me assim no meio da minha metade
e sei que sigo e vou com o destino marcado...)

ruiluis

1 comentário:

lique disse...

Por vezes as recordações assaltam-nos assim. O teu poema reflecte uma nostalgia a um tempo doce e amarga. Recordar sem saber porquê, algo que passa num momento. Belo. Beijos