segunda-feira, outubro 18, 2004

tempestade


(pintura de vincent van gogh "fields under a stormy sky")


com o vento, a chuva
minha alma da cor das nuvens
o trigo do campo
roça-me o corpo com a tempestade

é outono e não sinto frio
sou agora a colheita, o fruto do tempo
e abro meus braços sem cansaço
saudando o dia vagaroso

a poeira da terra de sabor eterno
muda a côr rubi dos lábios
encobrindo a paisagem turvada
dos olhos abertos, que fitam a imensidade

de repente, o respirar quebra o silêncio
e o todo se transforma bulíçoso
minha alma da côr das nuvens
em tempestade, saudando o dia...

ruiluis

2 comentários:

Lady disse...

Está fantástico... excedeste-te! Beijinhos

lique disse...

Já aqui tinha vindo e tinha gostado muito dos teus poemas. Este agora, com inspiração de Outono, este Outono que nos tem dado uma energia criativa especial. Olha, vou-te linkar porque assim já não perco os teus poemas. Bjs