sábado, novembro 13, 2004

clareza

(o meu sonho desta noite foi nitido
como os sonhos que tinha, quando criança...)

vi-me num cenário frágil
aonde por inquietação
aconteceu o terramoto da vida que tive
e o chão abriu-se quando acordei...

não consegui localizar a aflição do acordar
mas sinto-me lúcido
como se tivesse desvendado
o mistério profundo dos sentimentos...

hoje, não me importo que tenha vivido
nas mentiras insuportaveis
que me contaste por baixo de um céu azul
ao sopro de um vento indeferente

a força da corrente fez-me erguer de novo
e cerrei meus dedos na direção
que me encaminha
para além da luz que vejo...
(impressionou-me o afogamento das amarguras
no clarear do dia ao abrir os olhos...)

ruiluis

1 comentário:

lique disse...

Extraordinario o poema! Aquela última frase... Caramba, eu gosto mesmo de te ler! beijos